terça-feira, 20 de julho de 2010

Aproveitando o ensejo para agradecer

Pois é,

Seguindo a postagem anterior - "Missão cumprida!!!" - e me aproveitando do momento dos agradecimentos, gostaria de publicamente agradecer ao meu parceiro Dudu Nicácio, por essa genial iniciativa, da qual me orgulho muito de participar, que é o projeto "Do Morro ao Asfalto".

Queria mesmo ousar tentar prestar uma singela homenagem ao mano Dudu, pois este cara merece pela quantidade de sensatez que lhe confere uma loucura ímpar... Uma doidíssima mistura de razão e emoção.

Então parcerito, desde que subimos a laje do Mestre Jonas, lá na Serra em 2006, acredito que você tanto quanto ou mais que eu, enlouqueceu de vontade de se jogar lá de cima (no bom sentido) e abraçar a cidade com o samba. Ou mesmo, me parece que tivemos a visão de que tudo era a mesma coisa - de cima dá pra ver qual o melhor atalho entre os muros da cidade partida.

Me lembro que depois disso, tomamos uma cerveja num butiquim do Caiçara e você dividiu o embrião de uma ótima idéia. E a idéia seria fazer autênticas rodas de samba nos aglomerados.

O samba em BH, ainda não estava tão seguro quanto está hoje. Eu posso falar, vendo de fora. E digo mais, a cada vez que eu retornava à Belzonte e dava um giro na cidade, percebia a evolução que o samba estava dando e que nós, estávamos ajudando a realizar.

Fizemos o lançamento do projeto no Alto Vera Cruz com o apoio do Fundo Municipal. Você, meu caro Dudu, e suas excelentes incursões pelo mundo da burocracia e das leis, conseguiu aprovar o projeto.

Meteu ainda outro golaço, quando humildemente - pra não dizer malandramente - feito um bom mineiro, articulou participações especiais "referência" para a comunidade, como seu Domingos do Cavaco, Meninas de Sinhá e Renegado.


No bolo ainda juntou meu conterrâneo Fábio Roxo e fez a primeira ponte da velha e da nova guarda do samba em BH. Foi emocionante estar dentro daquele colégio, observando a comunidade comparecer devagar - a princípio desconfiada - e ir se soltando até uma linda festa ser montada por eles mesmos. Nós ali (eu e Dudu) fomos meros coadjuvantes. Eu confesso, fiquei pasmo e não sabia muito o que fazer com minha emoção.

                                                                            



Me lembro que o som não estava tão bom, as condições técnicas ainda não eram ideais, a acústica da quadra não ajudava, era difícil nos ouvir! Quando cheguei a montagem ainda não estava toda pronta e foi difícil começar bonito, até porque o público ainda era muito ausente. E no final, aliás durante o processo, estes problemas foram sendo superados pela verdade das pessoas da comunidade, que estavam ali suando, sambando, se divertindo, sorrindo felizes. Tudo deu muito certo! A quadra ficou cheia e foi um sucesso tremendo!!



Partimos então de volta a Serra. Desta vez com foto pro jornal e tudo. E mais uma vez - por merecimento - a foto foi feita na laje do Mestre Jonas. Eu não saí na foto porque não pude vir do Rio, mas estava com o coração presente, ansioso pra chegar aquele sábado em que tocaríamos na comunidade (aglomerado) onde começamos a acreditar que esse projeto seria possível.


Desta vez, tocamos na rua. No meio da encruzilhada que divide a entrada da Serra da subida de outro aglomerado que, perdoe minha ignorância ou falta de memória, não sei o nome. Mas ouvi falar que uma comunidade não se dava com a outra... Balela. Quase choveu até a batucada começar e o tempo virou e o sol apareceu. Daí começou a chover gente não só das duas comunidades, como de várias outras. Mais um golaço: promover o intercâmbio de pessoas de comunidades diferentes.



Esse dia foi pra mim, realmente muito especial. Pois o samba estava muito familiar. Era um programa gratuito, sem faixa etária: crianças, casais, velhos, todos juntos. Ficamos ainda mais feliz por conseguirmos levar nosso guru/padrinho/irmão do samba e de fé - Tiago Mocotó - pra cantar com a gente. E o danado versou muito como sempre e até roubou a cena. Quase viramos 3 do samba hehehe. Na foto, detalhe de outro grande convidado, figura folclórica do samba mineiro - Mário Moura.





Também compareceu Aline Calixto, ainda sendo revelada e o grande parceiro Warley Henrique segurou no cavaco toda a roda.












Além, claro, do inconfundível dono do terreiro: Mestre Jonas.








        

... continua amanhã

1 comentários:

Unknown disse...

A MATÉRIA ESTA LINDA MAS O MOÇO QUE FEZ A PRIMEIRA PONTE ENTRE A VELHA GUARDA E BH NÃO SERIA MARCELO ROXO???

23 de julho de 2010 às 09:01
 

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